En esta trabajo se sostiene que el fenómeno más importante que ha ocurrido en América Latina en las dos últimas décadas ha sido la Emergencia Indígena. Se señala que el primer ciclo de este proceso de reconstrucción de las identidades étnicas ha comenzado a agotarse y a dar paso a un segundo ciclo. Esta nueva fase está marcada fuertemente por la experiencia del Gobierno de Evo Morales en Bolivia y los municipios indígenas que surgen en muchos países, en que los líderes de las organizaciones indígenas han tomado las instituciones del Estado a nivel local. Esta nueva situación cuestiona el anterior concepto de autonomía, como no pertenencia plena a la comunidad nacional, y plantea el desafío de una nueva ciudadanía de los indígenas, en que ser ciudadano de la nación y miembro del pueblo indígena no plantea contradicción. En esta nueva fase de descolonización, los indígenas buscarán apropiarse como ciudadanos étnicos de los instrumentos e instituciones del Estado y no retraerse a sus comunidades originarias en una suerte de repliegue o de “auto apartheid”.
In this work we sustain that the Indigenous Emergency has been the most important phenomenon in Latin America during the last two decades. We indicate that the first cycle of this process of ethnical identity reconstruction has begun to exhaust and to give way to a second cycle. This new phase is strongly marked by the experience of Evo Morales´s government in Bolivia and the indigenous municipalities that have surged in many countries, where the indigenous organization leaders have taken the local public institutions. This new situation debates the previous concept of autonomy, as not full belonging to the national community, and pose the challenge of a new indigenous citizenship, where to be a national citizen and a member of indigenous people do not cause a contradiction. In this new descolonization, the indigenous will search to appropriate of state instruments and institutions as ethnic citizen, but not to retire to their natives communities in a kind of withdrawal or “auto apartheid”.
Nesta apresentação argumenta-se que o fenômeno mais importante que tem acontecido na América Latina nas últimas duas décadas é a Emergência Indígena. Assinala-se que o primeiro ciclo desse processo de reconstrução das identidades étnicas começou a se esgotar dando início a um segundo ciclo. A nova fase está muito marcada pela experiência do governo do Evo Morales na Bolívia, e das prefeituras indígenas que surgem em muitos países nos que as lideranças das organizações indígenas tem assumido a administração das instituições do Estado no nível local. Essa nova situação questiona o conceito anterior de autonomia, o qual assinalava a não pertença plena na comunidade nacional e coloca o desafio de uma nova cidadania dos indígenas na qual os termos cidadão da Nação e membro do Povo Indígena não são contraditórios. Na nova fase de descolonização, os indígenas buscaram se apropriar como cidadãos étnicos dos instrumentos e instituições do Estado e não retrair-se nas suas comunidades originarias numa sorte de “auto apartheid”.