En este trabajo analizo los efectos de las políticas brasileñas de urbanización y valoración del patrimonio cultural en la configuración física y simbólica de los espacios urbanos, con foco en las recientes intervenciones del Ayuntamiento de Río de Janeiro en la región portuaria y en los contradiscursos, resistencias y conciliaciones que suscitaron. Se verá que grupos sociales que se atribuyen una identidad afrobrasileña y articulan memorias sobre el mercado de esclavos africanos cuestionaron a dicho organismo cuando éste trató de promover la memoria de la colonización portuguesa en sus acciones patrimoniales. En una reflexión sobre las políticas patrimoniales, exploro la hipótesis de que todo proceso de imaginación de un sitio histórico, sea este denominado portugués o afrobrasileño, afecta la autoconciencia de los habitantes de la ciudad y genera procesos políticos y sociales imprevistos.
This article analyzes the effects of Brazilian urbanization and cultural heritage enhancement policies on the physical and symbolic configuration of urban spaces, focusing on the Rio de Janeiro City Council’s contemporary interventions in the port area as well as the counter-discourses, resistances and reconciliations raised by these actions. Social groups that self-identify as African-Brazilian articulate memories regarding the African slaves market and confronted the City Council when it valued the memory of Portuguese colonization in their cultural heritage actions. In reflecting on heritage policies, I explore the hypothesis that any imagination process regarding a historic site, whether designated Portuguese or Afro-Brazilian, affects self-awareness of the townspeople and generates unforeseen political and social processes.
Neste artigo analiso os efeitos das políticas brasileiras de urbanização e valorização dos patrimônios culturais sobre a configuração física e simbólica dos espaços urbanos, focalizando as contemporâneas intervenções da Prefeitura do Rio de Janeiro na região portuária e os contra discursos, resistências e conciliações que suscitaram. Será apresentado como grupos sociais que se atribuíam uma identidade afro-brasileira e articulavam memórias sobre o mercado de escravos africanos confrontaram a Prefeitura quando esta valorizou a memória da colonização portuguesa em suas ações patrimoniais. Ao refletir sobre as políticas patrimoniais, exploro a hipótese de que todo processo de imaginação de um sítio histórico, seja ele denominado português ou afro-brasileiro, afeta a autoconsciência dos habitantes da cidade e gera imprevistos processos políticos e sociais.